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Problemas com Terrenos de Marinha? Saiba o Que Fazer

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Sumário

Se você possui um imóvel localizado em áreas litorâneas ou próximo a rios e lagoas, é bem provável que já tenha ouvido falar dos terrenos de marinha. Esses imóveis, que pertencem à União e são geridos pela SPU (Secretaria do Patrimônio da União), geram uma série de obrigações, incluindo o pagamento de foro, laudêmio e taxas de ocupação. Além disso, muitos proprietários sequer sabem que seus terrenos possuem essa característica, até serem surpreendidos por cobranças inesperadas, o que pode gerar complicações financeiras e jurídicas.

Diante disso, surgem algumas dúvidas: como identificar um terreno de marinha? Quais são os encargos envolvidos? E, mais importante ainda, como regularizar a situação? Neste texto, vamos esclarecer todas essas questões, fornecendo as informações necessárias para que você possa agir com segurança e evitar surpresas no futuro.

O Que São Terrenos de Marinha?

Terrenos de marinha são propriedades que pertencem à União, e sua localização está definida em uma faixa de até 33 metros. Essa distância, por sua vez, é medida a partir da linha média das marés altas, a qual foi registrada no ano de 1831.

Além disso, é importante destacar que esses terrenos estão regulamentados pelo Decreto-Lei nº 9.760/1946. Embora seja possível que particulares os ocupem, isso ocorre sob condições específicas. Por exemplo, é necessário que os ocupantes paguem taxas anuais e, ao mesmo tempo, cumpram rigorosamente as obrigações administrativas determinadas pela União.

Na prática, esses imóveis têm uma relação bastante especial com o patrimônio público. Isso significa que, por um lado, o uso por particulares é permitido. Por outro lado, a propriedade continua pertencendo à União, exceto nos casos em que ocorre a remição do foro. Nesse caso, o ocupante pode, finalmente, adquirir o domínio pleno do imóvel.

Como Saber se Meu Terreno é de Marinha?

Descobrir se o seu imóvel é um terreno de marinha pode evitar dores de cabeça no futuro. Para tanto, siga este passo a passo:

Verifique a Matrícula no Registro de Imóveis

A matrícula do imóvel geralmente traz informações detalhadas sobre sua natureza. Se o terreno for de marinha, o registro indicará isso, incluindo informações sobre foro, laudêmio e taxa de ocupação, se houver. Por isso, é fundamental consultar a matrícula para verificar a situação do imóvel e evitar surpresas. Além disso, ao comprar ou vender um terreno de marinha, consultar esse documento é essencial para garantir o cumprimento correto de todas as obrigações e assegurar que a transação ocorra de forma segura, sem pendências.

Consulte a Secretaria de Patrimônio da União (SPU)

A SPU, como órgão responsável pela gestão dos terrenos de marinha, desempenha um papel crucial nesse processo. Assim, você pode consultar o status do imóvel diretamente no site da SPU ou em suas unidades locais. Dessa forma, o cadastro disponível fornece informações detalhadas sobre débitos pendentes, além de esclarecer a situação jurídica do imóvel.

Analise Mapas de Demarcação

Os terrenos de marinha são definidos com base em estudos que consideram a linha média das marés de 1831. Assim, a delimitação dos terrenos é feita a partir dessa referência histórica. Se ainda houver alguma dúvida, um engenheiro cadastral pode ajudar, pois ele será capaz de verificar com precisão a posição do seu imóvel em relação à faixa de 33 metros.

Contrate um Especialista

Se o imóvel não for aforado, ou seja, se o ocupante não detiver o domínio útil, será necessário pagar uma taxa de ocupação. Essa taxa, que é cobrada anualmente, pode atingir até 5% do valor total do imóvel, o que representa um custo considerável.

Além disso, é fundamental ressaltar que esses encargos, quando não quitados regularmente, tendem a acumular dívidas significativas. Como consequência, esses débitos podem inviabilizar tanto a venda quanto a transferência do imóvel, criando, assim, problemas financeiros e jurídicos para o proprietário, que poderá enfrentar sérias complicações no futuro.

Os Encargos Relacionados aos Terrenos de Marinha

Proprietários e ocupantes de terrenos de marinha devem arcar com encargos específicos. A seguir, destacamos os principais:

  1. Foro Anual

O foro é uma taxa paga anualmente à União, correspondente a 0,6% do valor do domínio útil do imóvel. Em outras palavras, é uma espécie de “aluguel” pela ocupação do terreno.

  1. Laudêmio

Sempre que um terreno de marinha for vendido, o laudêmio deve ser pago à União. Essa taxa, que é obrigatória, equivale a 5% do maior valor entre o preço de venda ou o valor venal do imóvel, o que pode variar dependendo da transação.

  1. Taxa de Ocupação

Se o imóvel não for aforado, ou seja, se o ocupante não detiver o domínio útil, será necessário pagar uma taxa de ocupação. Essa taxa, cobrada anualmente, pode atingir até 5% do valor total do imóvel, o que representa um custo considerável.

Além disso, é crucial ressaltar que esses encargos, quando não quitados regularmente, tendem a se acumular, gerando dívidas significativas. Como consequência, tais débitos não só comprometem a regularização do imóvel, mas também podem inviabilizar tanto a venda quanto a transferência do bem. Isso, por sua vez, cria problemas financeiros e jurídicos para o proprietário, que poderá enfrentar sérias complicações no futuro.

Leia também: Meu Vizinho Afastou Minha Cerca, O que fazer?

Os Problemas Mais Comuns em Terrenos de Marinha

  1. Débitos Não Declarados

Muitos proprietários desconhecem suas obrigações e, consequentemente, acabam acumulando dívidas de foro ou laudêmio, que só são descobertas no momento da venda. Isso pode resultar em surpresas indesejadas durante a negociação, complicando a transação e, em alguns casos, inviabilizando a venda ou a regularização do imóvel.

  1. Cobrança de Laudêmio

A cobrança do laudêmio em transações de compra e venda é uma das maiores causas de conflito. Afinal, surge a dúvida: quem deve pagar essa taxa? O comprador ou o vendedor? Essa questão, frequentemente debatida, pode gerar tensões durante o processo de venda.

  1. Documentação Irregular

Imóveis sem registro adequado ou com informações desatualizadas no cartório enfrentam dificuldades significativas na regularização. Além disso, a falta de um registro correto pode atrasar ou até mesmo inviabilizar a transferência do imóvel, causando transtornos legais e financeiros para o proprietário.

  1. Insegurança Jurídica

A legislação sobre terrenos de marinha está em constante evolução, o que gera dúvidas frequentes sobre os direitos e as obrigações dos proprietários. Em consequência, muitos enfrentam dificuldades para entender as mudanças e as implicações legais que afetam seus imóveis, o que pode resultar em riscos jurídicos e financeiros se não forem devidamente acompanhados.

Como Resolver Questões de Terrenos de Marinha

1. Regularize a Situação do Imóvel

Resolva pendências administrativas e financeiras junto à SPU. A quitação de débitos de foro ou taxa de ocupação é o primeiro passo para garantir a regularidade do imóvel e evitar problemas legais ou financeiros no futuro.

2. Planeje as Transações

Ao comprar ou vender um terreno de marinha, é importante negociar previamente quem pagará o laudêmio. Além disso, verifique se a documentação está em ordem, para evitar surpresas e garantir que a transação seja realizada sem problemas futuros.

3. Conte com Suporte Jurídico

Um advogado especializado pode proteger seus direitos de maneira eficaz. Ele auxilia em todas as etapas, desde a análise da matrícula até a negociação com a SPU. Assim, a transação ocorre com maior segurança, minimizando o risco de surpresas indesejadas.

Sugestão de leitura: Escritura de Compra e Venda Porque devo fazer?

Caso Prático: Como Resolver Pendências em Terrenos de Marinha

João queria vender sua casa em uma área nobre do litoral. Durante a negociação, descobriu que o imóvel tinha débitos de foro acumulados e uma pendência de laudêmio da última transação. O comprador se recusava a fechar o negócio sem a regularização.

No entanto com a ajuda de um advogado, João conseguiu:

1. Negociar com a SPU o parcelamento dos débitos de foro;

2. Regularizar a matrícula no cartório;

3. Concluir a venda com segurança, repassando parte dos custos ao comprador.


Esse caso reforça a importância de contar com especialistas antes de qualquer transação. A orientação profissional não só facilita a regularização e a negociação, como também garante que o proprietário esteja ciente de todas as obrigações e encargos envolvidos, evitando problemas futuros e assegurando uma transação segura e sem imprevistos.

Conclusão: Não Deixe seu Imóvel em Risco

Terrenos de marinha possuem várias características que, em muitos casos, podem dificultar a vida do proprietário. No entanto, com o suporte adequado e a ajuda de profissionais especializados, é perfeitamente possível superar esses desafios. Afinal, desde a etapa de regularização até a negociação dos encargos, cada detalhe desempenha um papel crucial para garantir a tranquilidade e a segurança jurídica do imóvel.

Não se arrisque. Entre em contato conosco clicando aqui e garanta que seu imóvel em terreno de marinha esteja devidamente regularizado e protegido. Com nossa experiência em Direito Imobiliário, oferecemos soluções sob medida para cada caso, garantindo não apenas a preservação do seu patrimônio, mas também a sua tranquilidade.

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